O Japão na crise: Ousar mais alcoolismo!

Tomasz Konicz, 03.01.2023

Após décadas de estagnação, o banco central da sobreendividada nação industrial está a resistir desesperadamente a uma viragem da política monetária, apesar do aumento da inflação (terceira parte de uma série sobre o actual surto de crise).

É “O feitiço do tempo” keynesiano: o pacote de estímulo económico que o governo japonês do Primeiro-Ministro Fumio Kishida aprovou em Outubro passado, a fim de aliviar as consequências sociais do mal-estar económico e do aumento da inflação, ascende ao equivalente a 200 mil milhões de dólares. O pacote de medidas inclui principalmente subsídios à energia para reduzir em cerca de 1,2 pontos percentuais a taxa de inflação, que recentemente atingiu 3,6% (moderada para os padrões da Europa Ocidental).1 Numa conferência de imprensa em Tóquio,2 o chefe do governo esperava que o pacote de estímulo económico aumentasse o produto interno bruto do Japão em 4,6%.

A este respeito, pouco parece ter mudado na nação industrial orientada para a exportação, que, tal como a Alemanha, durante décadas teve excedentes de exportação.3 Na década de 1980, o Japão foi mesmo considerado no Ocidente, tal como a China actual, uma nação económica em ascensão, que se tornaria a grande potência dominante, com a sua indústria de exportação e investimentos estrangeiros. O boom industrial de exportação dos anos 70 e 80 foi seguido por uma fase de crescimento impulsionado pelo mercado financeiro no final dos anos 80 e início dos anos 90, durante a qual o Japão desenvolveu gigantescas bolhas especulativas nos mercados imobiliário e de acções.4

Após o rebentamento destas bolhas, instalou-se no Japão uma estagnação económica prolongada com tendências deflacionistas.5 A economia quase não crescia, enquanto os preços tendiam a cair, sufocando a procura interna, devido à contenção dos consumidores, como é comum nas deflações. Ao mesmo tempo, o nível salarial real no Japão estagnou, para manter os custos laborais unitários baixos no país exportador. Foi assim uma típica espiral deflacionista descendente, na qual interagem o mal-estar económico, a queda dos preços e o declínio da procura, que a política económica do Japão tinha vindo a combater durante décadas.6 E Tóquio fê-lo através de inúmeros programas de estímulo keynesianos concebidos para relançar a economia.

Desde os anos 90, os governos japoneses tentaram repetidamente reanimar a economia com programas de investimento maciços, embora os curtos fogos de vista económicos não tenham conseguido acabar com a tendência de longo prazo para a estagnação e a deflação.7 O Estado insular estava constantemente a ser coberto por projectos de infra-estruturass, com auto-estradas, pontes e outros projectos de grande escala, a fim de retomar o período de expansão da economia japonesa.8 Como tendência, a eficácia destes programas de estímulo continuou a diminuir, enquanto a nação industrial se afundava no mal-estar das „décadas perdidas“:9 O crescimento económico médio anual entre 1991 e 2010 mal ultrapassou um por cento, enquanto os salários caíram em média cinco por cento.

Esta miséria japonesa de estagnação e deflação interagiu com as tendências da crise global a partir de 2008. A crise financeira e económica global de 2008 e 2009, desencadeada pelo rebentamento das bolhas imobiliárias nos EUA e na Europa, levou a uma queda económica maciça no Japão como nação exportadora,10 que teve de ser amortecida por um programa de estímulo económico correspondente no valor equivalente a 154 mil milhões de dólares.11

Poderia ser maior? Após os gigantescos esquemas keynesianos em pirâmide na última década do século XX e a crise keynesianismo na primeira década do século XXI, foi o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe que, a partir de 2013, procurou colocar a deflacionista economia japonesa numa sólida trajectória de crescimento, através de uma mistura de programas de estímulo e „reformas estruturais“ neoliberais, tais como o aumento do imposto sobre o valor acrescentado. Cerca de 224 mil milhões de dólares foram investidos por Tóquio na altura para retirar o país da estagnação – com um sucesso fugaz e modesto. Ao mesmo tempo, o banco central japonês sob a direcção de Abe passou a expandir massivamente os seus programas de compra de obrigações.12

Mas todas estas injecções de estímulos, que pretendiam ultrapassar o actual esgotamento da sociedade do trabalho japonesa, são insignificantes em comparação com o programa lançado em Tóquio em 2021 em resposta à pandemia: cerca de 490 mil milhões de dólares em medidas para amortecer o impacto do confinamento e da ruptura das cadeias de abastecimento globais na economia japonesa, altamente interligada internacionalmente.13 Apenas um ano mais tarde, o Primeiro-Ministro Fumio Kishida lançou o referido pacote de estímulo de 200 mil milhões de dólares, o que aponta para o declínio do efeito económico dos pacotes de estímulo de tamanho crescente numa economia do capitalismo tardio em crise. Somas cada vez maiores têm de ser „queimadas“ no Japão a intervalos cada vez mais curtos, a fim de manter a funcionar a engasgada máquina de valorização do capital.

E está a surgir toda uma série de factores que indicam que esta prática de uma década de apoio à economia com pacotes de estímulos cada vez maiores dificilmente pode ser mantida. Uma mudança para uma nova qualidade da crise parece possível no Japão. O fim da linha do keynesianismo parece ter sido alcançado no Japão, como sugerido nomeadamente pelo aumento da inflação14 e pelo enfraquecimento da moeda japonesa.15 A grande viragem nas taxas de juro da política monetária iniciada nos EUA e na UE há cerca de um ano está a exercer uma pressão crescente sobre o Japão altamente dependente das importações de mercadorias, uma vez que o Japão é a única grande economia no centro do sistema mundial a recusar esta viragem nas taxas de juro e a agarrar-se a uma política monetária folgada e expansionista.

O jogo de alto risco do Japão

À medida que as taxas de juro sobem na zona dólar e na zona euro, os fluxos de capital saem do iene, provocando a desvalorização da moeda japonesa – especialmente em relação à moeda de reserva mundial, o dólar. Ao mesmo tempo, porém, o Japão está a importar inflação. As importações de matérias-primas e fontes de energia, que são liquidadas em dólares, estão consequentemente a tornar-se cada vez mais caras no Japão, o que dá um impulso à inflação que é desconhecida no Japão „deflacionário“ há décadas. A depreciação da moeda japonesa é dramática: no início de 2020, o dólar custava pouco mais de 100 ienes, enquanto em Outubro de 2022 já se aproximava dos 150 ienes. Após uma intervenção maciça do banco central japonês em Outubro, na qual foi gasta a soma recorde de 42,8 mil milhões de dólares,16 o iene foi estabilizado em cerca de 135 dólares. No total, diz-se que o banco central japonês já utilizou 62 mil milhões de dólares para apoiar o iene desde a viragem da taxa de juro nos EUA e na UE.17 No entanto, as reservas cambiais de Tóquio de cerca de 1,2 biliões de dólares são ainda suficientes para poder apoiar o iene, mesmo a médio prazo.18

Esta desvalorização da moeda reflecte-se também na balança comercial do Japão, uma vez que a antiga economia de exportação, que tinha registado excedentes de exportação durante mais de três décadas desde os anos de 1980, está agora a registar novos défices recorde. Entre 1981 e 2010, a economia de exportação do Japão pôde gerar seguramente um excedente comercial para o Japão de um a dois pontos percentuais, que só chegou ao fim na sequência do surto de crise de 2008/2009.19 Em 2012, o Japão registou um défice recorde equivalente a 78 mil milhões de dólares, na sequência de uma quebra nas exportações japonesas relacionada com a crise e do desastre nuclear de Fukushima, que aumentou as necessidades de energia fóssil da economia japonesa, que foram satisfeitas com importações.20 Após uma breve estabilização da balança comercial a partir de 2015, que estava mais ou menos equilibrada em 2021, parece estar-se agora, mais uma vez, numa trajectória descendente acentuada: Foi estabelecido um recorde negativo em Novembro de 2022, quando o défice aumentou para cerca de 13 mil milhões de dólares – o dobro do valor registado no mesmo mês do ano anterior.

A subida das taxas de juro, especialmente pela Fed, seguida pelo BCE, obriga assim quase todos os países do centro capitalista a juntarem-se a esta viragem das taxas de juro, a fim de minimizarem as desvalorizações monetárias e a subsequente importação de inflação. O banco central japonês legitima a sua adesão à política de taxa de juro zero com o desenvolvimento económico miserável no Japão,21 uma vez que a produção económica diminuiu 0,8% no terceiro trimestre de 2022.22 Esta miséria económica foi impulsionada principalmente pela produção industrial, que caiu de modo particularmente acentuado em meados do ano.23 Em meados de 2022, Tóquio ainda esperava que a economia do Japão atingisse um crescimento de 2% no actual ano fiscal, tendo em conta os gigantescos programas de estímulo.24 Prevê-se um crescimento do PIB de 1,5% para o próximo ano fiscal, com início em Abril – enquanto a previsão de crescimento para o actual ano fiscal de 2022 foi reduzida para 1,7%.25

Isto também torna evidente o esgotamento estrutural da referida política de estímulos keynesiana no Japão: cerca de um ano após a adopção de um pacote de estímulos de 490 mil milhões de dólares, o Japão ameaça mais uma vez entrar em recessão, o que terá tornado necessária a nova injecção de estímulos de 200 mil milhões mencionada no início. Ao mesmo tempo, é óbvio que os efeitos positivos das desvalorizações monetárias, que na era da globalização neoliberal foram capazes de criar enormes vantagens para economias orientadas para a exportação como a Alemanha, há muito tempo foram eclipsados pelos efeitos negativos do aumento dos preços das mercadorias e da energia. As corridas de desvalorização da era neoliberal, em que os Estados-nação tentaram obter vantagens de exportação através de desvalorizações monetárias, transformaram-se em corridas de revalorização na nova fase de crise,26 com que se pretende que a inflação seja transmitida aos concorrentes.27

Apenas o banco central do Japão está a resistir à tendência global, contrariando a viragem nas taxas de juro. O Financial Times (FT) descreveu num relatório de fundo o jogo de alto risco da política japonesa de crise para fazer o país estagnado superar o actual surto de crise.28 É uma espécie de especulação económica, um jogo de alto risco, no qual as elites funcionais do Japão especulam sobre um curso muito específico da crise, a fim de evitar grandes convulsões socioeconómicas. As compras de obrigações do Estado pelo Banco do Japão, que entretanto acumulou dívida pública com um valor nominal equivalente a 3,6 biliões de dólares, os programas de estímulo económico de Tóquio, as medidas de apoio do banco central ao iene, que estão a provocar a diminuição das reservas cambiais do Japão – estas medidas de crise equivalem na realidade a uma „luta contra as forças do mercado global“, de acordo com o FT.

E o Banco do Japão aposta tudo numa estratégia em que um „royal flush de desenvolvimentos domésticos e internacionais“ deverá permitir ao Japão manter a sua política monetária estimulante e expansionista, evitando a fase de uma política de taxas de juro elevadas. Neste contexto, o Financial Times cita, entre outras coisas, um aumento dos níveis salariais no Japão, uma estabilização do iene vacilante, uma recessão „suave“ a curto prazo nos Estados Unidos e o fim iminente do aperto monetário nos EUA, que está actualmente a aumentar as pressões de apreciação monetária a nível mundial. Por outras palavras, Tóquio está a especular sobre um fim próximo do actual surto de crise.

As montanhas de dívida do Japão

Se esta especulação não resultar, uma mudança ordeira de rumo para uma política monetária restritiva, levada a cabo sem choques económicos graves, parece dificilmente exequível. A profundidade a que o Banco do Japão se envolveu na sua estratégia de política monetária expansionista foi clarificada por comentários de analistas do Financial Times, segundo os quais quase não existe mercado normal para as obrigações da dívida pública japonesa. Segundo eles, o banco central do Japão está em vias de „apropriação total“ do mercado, que „já está danificado“ e „deixará de existir“, com o seu esforço para manter baixas as taxas de juro das obrigações da dívida pública japonesa. Em linguagem simples, o Banco do Japão está a comprar enormes quantidades de dívida pública japonesa para manter o peso dos juros no orçamento do governo japonês. Entretanto, o Estado japonês, através do seu banco central, detém cerca de 45 por cento da dívida pública japonesa.29

Há outro factor que impede os decisores da política monetária do Japão de adoptar uma política de taxas de juro elevadas: as torres da dívida japonesa, que atingiram dimensões absurdas. E o serviço destas montanhas de dívida tem de ser o mais „barato“ possível para que o tradicional défice orçamental de Tóquio não descarrile completamente.30 A sucessão interminável de programas de estímulo económico que os políticos do Japão lançaram desde os anos 90 para reanimar a economia fez com que a dívida pública do Japão continuasse a crescer. Entretanto, a dívida nacional do Japão ascende a mais de 230 por cento da produção económica desta nação económica, que faz parte do centro do sistema mundial há décadas.31 Em comparação, a Itália, a potencial candidata à crise sobreendividada da Zona Euro, tem um peso da dívida nacional de cerca de 150 por cento do PIB. Mesmo a Grécia, salva da ruína pelo antigo Ministro das Finanças alemão Schäuble durante a crise do euro, teve um rácio de dívida mais baixo em 2021 com 199 por cento.

A ideia keynesiana de „crescer“ partindo da crise sistémica capitalista32 através de programas de estímulo tem feito uma figura historicamente muito triste no Japão, uma vez que o peso da dívida acumulado através do “deficit spending” cresceu mais rapidamente do que o PIB. Em 1995, no início do grande período de estagnação, a dívida pública no Japão representava apenas 55 por cento do produto económico. Em 2013, no início do período da „Abenomics“, quando o Primeiro-Ministro Shinzo Abe associou a política monetária expansionista e os programas de estímulo económico com reformas para aumentar a competitividade do Japão, a dívida pública do Japão já era de 196 por cento do PIB – quatro anos mais tarde, quando se levantaram esperanças de que o Japão pudesse agora pelo menos estabilizar o seu nível de endividamento, atingiu os 213 por cento.33 De facto, o peso da dívida foi um pouco reduzido nos anos seguintes: em 2018 era de 191 por cento do PIB. Seguiu-se a pandemia, que mais uma vez provocou um aumento maciço da dívida pública.

Isto levanta a questão de como uma montanha tão gigantesca de dívida pública, sem paralelo em todo o sistema capitalista mundial tardio, poderia ter sido acumulada. Por um lado, a dívida do Japão é essencialmente japonesa – a percentagem de investidores estrangeiros é tradicionalmente muito baixa, actualmente mal atinge os 15%.34 Isto estabiliza a torre da dívida do Japão, uma vez que não há ameaça de saídas maciças de capital do mercado obrigacionista para o estrangeiro em tempos de crise. Além disso, o Japão – tal como mencionado – teve excedentes comerciais durante décadas, o que tornou possível financiar este défice no orçamento nacional. Mas, como explicado, é precisamente isso que já não acontece, uma vez que o Japão nunca mais foi capaz de alcançar um período prolongado de elevados excedentes comerciais após a fase de crise de 2008/09 – este ano existe mesmo a ameaça de um défice comercial particularmente elevado.35

Nos círculos do governo japonês há muito que se estuda o tumulto no mercado obrigacionista do Reino Unido para evitar uma escalada semelhante, informou o FT. E de facto, o Japão e o Reino Unido36 parecem estar a emergir como os dois países no centro do sistema capitalista mundial mais vulneráveis a uma nova escalada de crise, que poderia desencadear uma crise financeira no sector financeiro mundial – semelhante às ondas de choque na sequência da falência do Lehman Brothers. Se o banco central japonês também tivesse de intervir no mercado obrigacionista intensificando as compras de obrigações, como o Banco de Inglaterra fez em Outubro passado,37 então „a escala da intervenção seria muito, muito maior – com um risco muito maior de contágio global“, advertiu o FT.38

O beco sem saída da crise do keynesianismo em concreto: beber pela localização!

Num sistema mundial capitalista tardio sufocando na sua produtividade cada vez mais elevada pela concorrência cega, produtividade que já não pode ser comprimida na forma de mercadoria, a falta de novos campos de valorização não pode ser eternamente substituída por endividamento.39 A dada altura, estas torres de endividamento entrarão em colapso, o que parece agora bastante possível mesmo nos países centrais do sistema mundial, no Japão ou na Grã-Bretanha. Assim, o beco sem saída da política de crise do capitalismo tardio, que tanto nas suas variantes neoliberais como keynesianas é apanhada na armadilha da crise de uma verdadeira compulsão da endividamento,40 manifesta-se de forma francamente exemplar nos dois países modelos clássicos da respectiva ideologia económica: tanto na Grã-Bretanha, a pátria do neoliberalismo, como no Japão, com os seus inúmeros programas de estímulo económico e projectos piramidais keynesianos.

Os eternos esforços de uma política de crise „orientada para a procura“ assumem agora características tragicómicas no País do Sol Nascente, especialmente após o pôr-do-sol. „Sake Viva“ é o nome de um programa publicitário promovido pelo governo japonês para estimular o consumo de álcool – sake. O problema: em 2011, o imposto sobre o álcool ainda representava 3% da receita fiscal total do Japão, mas em 2020 caiu para 2%. Tendo em conta os elevados défices orçamentais anuais de Tóquio, este é um rude golpe para os cofres do Estado. Por exemplo, o consumo médio anual de álcool caiu de 100 litros em 1995 para apenas 75 litros em 2020, com o envelhecimento da sociedade japonesa a provocar uma diminuição das vendas de bebidas alcoólicas. E afinal os jovens já não estão tão inclinados para as bebidas alcoólicas como a geração mais velha. Os jovens japoneses estão a beber menos e „cada vez mais a não beber nada“, noticiou o Financial Times.41 Por preocupação com a economia e com o orçamento nacional, a campanha do governo sobre o álcool visa, portanto, principalmente popularizar o consumo da droga, sobretudo entre a geração dos 20 aos 39 anos.

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1 https://sumikai.com/nachrichten-aus-japan/wirtschaft/verbraucherpreise-in-japan-steigen-so-schnell-wie-seit-40-jahren-nicht-mehr-323601/

2 https://www.ft.com/content/eed2bb55-e769-4a0f-b2f1-0141698ae3f3

3 https://www.macrotrends.net/countries/JPN/japan/trade-balance-deficit

4 https://en.wikipedia.org/wiki/Japanese_asset_price_bubble

5 https://www.macrotrends.net/countries/JPN/japan/gdp-growth-rate

6 https://de.wikipedia.org/wiki/Deflationsspirale

7 https://www.intereconomics.eu/contents/year/2019/number/5/article/japanese-economy-two-lost-decades-and-how-many-more.html

8 https://en.wikipedia.org/wiki/Japanese_economic_miracle

9 https://en.wikipedia.org/wiki/Lost_Decades

10 https://www.jcer.or.jp/english/why-was-japan-struck-so-hard-by-the-2008-crisis

11 https://www.nytimes.com/2009/04/09/business/global/09yen.html

12 https://www.cmegroup.com/education/featured-reports/abenomics-a-work-in-progress-after-five-years.html

13 https://www.nytimes.com/2021/11/19/world/asia/japan-stimulus.html

14 https://sumikai.com/nachrichten-aus-japan/wirtschaft/verbraucherpreise-in-japan-steigen-so-schnell-wie-seit-40-jahren-nicht-mehr-323601/

15 https://sumikai.com/nachrichten-aus-japan/politik/abwertung-des-yen-wird-gefaehrlich-fuer-die-japanische-wirtschaft-322344/

16 https://www.reuters.com/markets/asia/japan-likely-spent-record-amount-october-prop-up-yen-2022-10-31/

17 https://www.ft.com/content/f9aca1c2-50c6-4040-8322-6ddfacda6cd6

18 https://www.ft.com/content/d1f06836-4c0b-45c7-bee4-be29c882b95a

19 https://www.macrotrends.net/countries/JPN/japan/trade-balance-deficit

20 https://www.nytimes.com/2013/01/24/business/global/japan-reports-a-78-billion-trade-deficit-for-2012.htmll

21 https://sumikai.com/nachrichten-aus-japan/politik/abwertung-des-yen-wird-gefaehrlich-fuer-die-japanische-wirtschaft-322344/

22 https://www.finanzen.net/nachricht/aktien/japans-wirtschaft-ist-im-sommer-weniger-geschrumpft-als-erwartet-11974562

23 https://sumikai.com/nachrichten-aus-japan/wirtschaft/japans-wirtschaft-steht-immer-mehr-unter-druck-310691/

24 https://www.japantimes.co.jp/news/2022/07/26/business/economic-growth-slowing-overseas-demand/

25 https://www.reuters.com/markets/asia/japan-govt-revises-up-fiscal-2023-growth-forecast-higher-capex-wages-2022-12-22/

26 https://www.konicz.info/2022/05/24/eine-neue-krisenqualitaet/ Em Português: https://www.konicz.info/2022/06/07/a-nova-qualidade-da-crise/

27 https://www.konicz.info/2022/07/22/schuldenberge-in-bewegung/ Em Português: https://www.konicz.info/2022/07/24/montanhas-de-dividas-em-movimento/

28 https://www.ft.com/content/f9aca1c2-50c6-4040-8322-6ddfacda6cd6

29 https://www.ft.com/content/f9aca1c2-50c6-4040-8322-6ddfacda6cd6

30 https://tradingeconomics.com/japan/government-budget

31 https://www.ceicdata.com/en/indicator/japan/government-debt-of-nominal-gdp

32 https://www.exploring-economics.org/en/study/books/kapitalkollaps/

33 https://www.cmegroup.com/education/featured-reports/abenomics-a-work-in-progress-after-five-years.html

34 https://www.ft.com/content/f9aca1c2-50c6-4040-8322-6ddfacda6cd6

35 https://asia.nikkei.com/Economy/Inflation/Japan-logs-record-73bn-trade-deficit-in-1st-half-of-fiscal-2022

36 https://www.konicz.info/2022/12/16/grossbritannien-the-first-to-fall/ Em Português: https://www.konicz.info/2022/12/24/gra-bretanha-the-first-to-fall/

37 https://www.konicz.info/2022/12/16/grossbritannien-the-first-to-fall/ Em Português: https://www.konicz.info/2022/12/24/gra-bretanha-the-first-to-fall/

38 https://www.ft.com/content/f9aca1c2-50c6-4040-8322-6ddfacda6cd6

39 https://oxiblog.de/die-mythen-der-krise/

40 https://www.konicz.info/2011/08/15/politik-in-der-krisenfalle/

41 https://www.ft.com/content/d660b8f9-7ef9-4b94-9cb4-fa20f7a9f725#comments-anchor

Original “Japan in der Krise: Mehr Alkoholismus wagen!” em konicz.info, 30.12.2022. Publicado também em untergrundblättle, 31.12.2022. Tradução de Boaventura Antunes

https://www.xn--untergrund-blttle-2qb.ch/wirtschaft/japan-krise-mehr-alkoholismus-wagen-7416.html

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