Original “Von der Dominanz zur Hegemonie” in “The Lower Class Magazine”, 30.07.2020. Tradução de Boaventura Antunes
Uma tentativa de compreender a transformação da União Europeia na actual crise
Quem teria pensado que pequenos Estados como os Países Baixos, Áustria, Dinamarca ou Suécia poderiam de repente desenvolver tanto poder numa UE que, nas suas cimeiras, normalmente só aprova aquilo que Berlim e Paris acordaram de antemão? O alarido que os chamados „quatro frugais“ conseguiram fazer na mais recente e mais longa cimeira europeia de sempre, no entanto, torna-se mais compreensível se forem tidos em conta os habituais jogos tácticos utilizados em tais decisões fundamentais.
O jornal da Springer Die Welt já estava a discutir abertamente este procedimento, que tem sido utilizado na maioria das iniciativas políticas europeias da França desde que Macron foi eleito presidente, no final de Maio. Segundo o jornal, Merkel apoiou oficialmente os europeus do Sul nas suas exigências de medidas de estímulo económico substanciais, mas no jogo de póquer europeu de milhares de milhões ela esperaria a „ajuda secreta“ dos quatro frugais para reduzir a extensão dos subsídios de crise. O direito de veto do chanceler austríaco, por exemplo, também ajudaria a Alemanha, pois no final o pacote de ajuda seria „muito mais pequeno“ do que „os europeus do sul tinham inicialmente exigido“.
(mehr …)